Conheça algumas de nossas ações!


A ACORDI, criada para garantir a resiliência de pescadores e agricultores de Imbituba/SC,  tem focado suas ações na defesa do Sistema Agrícola e Pesqueiro Tradicional dos Areais da Ribanceira – SAPTAR.  Para isso,  trabalha para promover a conservação da sócio biodiversidade, economia solidária, segurança alimentar e geração de trabalho/renda. Como Também promove a manutenção de bancos de sementes e as manifestações culturais: boi de mamão, artesanato, farinhadas, pesca artesanal, extrativismo vegetal, agricultura itinerante. Além disso, desenvolve ações de combate a desigualdade de gênero valorizando o trabalho das mulheres.

Texto: Marlene Borges

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Feira da Mandioca de Imbituba

A Feira da Mandioca de Imbituba é um evento realizado anualmente, desde 2004, durante 3 a 4 dias, no inverno,  período de farinhada e da pesca da tainha no litoral catarinense. Normalmente, coincide com o aniversário de fundação da entidade organizadora, a ACORDI,  que ocorre em 24 de junho,  dia de São João. 
Ao longo das suas edições,  este evento tem atraído diversas pessoas, seja pela sua variada programação cultural, educacional,  religiosa e gastronômica. O que tem propiciado momentos de entretenimento, discussão e articulações, sobre questões voltadas à agroecologia, desenvolvimento sustentável, e, principalmente, sobre aspectos que envolvem a salvaguarda do patrimônio cultural, material e imaterial, presente no Sistema Agrícola e Pesqueiro Tradicional dos Areais da Ribanceira.





Boi de Mamão da ACORDI

A ação cultural Boi de Mamão da ACORDI é fruto da união de pessoas, que preocupadas com o desaparecimento desta manifestação artística na cidade se organizaram e criaram o grupo de boi de mamão, em 2017. E, em 2018, durante a Feira da Mandioca de Imbituba, efetuaram sua primeira apresentação. Desde então,  o grupo,  que é formado por brincantes dos bairros que circundam o território tradicional dos Areais da Ribanceira,  tem levado alegria a muitas comunidades.







Recuperação do saber fazer do trançar e tramar com fibras vegetais 

Esta ação ganhou força com o projeto butiá Bag,  da artesã Lídia Mara Fernandes,  que conduziu um curso, apoiado pelo PROCULT,  na ACORDI,  em 2020/2021, para a produção  de bolsas em tecido,  adornadas com a trança do butiá.

Outro projeto que fortaleceu esta ação foram as oficinas on lines: Trançando e Tramando Alternativas com a palha do Butiá,  realizadas em dezembro de 2020,  com o apoio do edital SCultura em sua casa da FCC,  pelo grupo de mulheres Flores da Restinga.  Esta ação chamou atenção sobre a importância da trança da palha do butiá  e contribuiu para a salvaguarda deste patrimônio. As oficinas estão disponíveis no facebook da acordi.


Neste contexto, não se pode deixar de citar o projeto Instrumentos de Engenho:  entrelaçando e transmitindo saberes e fazeres sobre fibras vegetais,  da agrônoma Marlene Borges. Esta ação,  que recebeu apoio da FCC (Lei Aldir Blanc/edital 2021),  resgatou e transmitiu, através de 7 oficinas,  em abril de 2022,  saberes sobre tipiti, peneira e balaio.
 
Atualmente,  no entrelace das tardes de terças feiras,   a transmissão destes e de outros conhecimentos continuam acontecendo entre as mulheres!


Manutenção e Recuperação de Etnovariedades de Mandioca e fortalecimento da cadeia produtiva

Esta ação teve início em 2017, através de parceria mantida com a prefeitura municipal de Imbituba durante  2017 e 2018. Neste período se trabalhou no aumento da circulação de etnovariedades de mandioca nos Areais da Ribanceira,  que tinham deixado de ser cultivadas pela comunidade.
Atualmente,  esta ação recebe o poio da Fundação Casa Sócio ambiental,  através do projeto Guardiãs da  Vida: resgate de etnovariedades de mandioca e o protagonismo feminino na comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira.
Além disso, através de uma parceria com o CEPAGRO está se recuperando a fertilidade do solo por meio do cultivo e incorporação de adução verde.


Inserção Virtual e Empoderamento Feminino 

Esta ação conta com o apoio da Fundação Luterana de Diaconia, através do projeto Flores da Restinga:  inserção virtual e empoderamento feminino no Território Tradicional dos Areais da Ribanceira, que tem por objetivo central a criação deste site, com destaque para um portifólio de produtos das mulheres. Além de promover a capacitação virtual e discutir temas relacionado a violência de gênero, a inserção da mulher na política e o empreendedorismo feminimo.



Turismo de Base Comunitária 

Através desta ação os visitantes conhecem o território tradicional dos Areais da Ribanceira, seus caminhos,  butiazais, roças,  praias, engenhos, ranchos de pesca.  Como também podem experimentar a gastronomia de base açoriana, conhecer a história e adquirir artesanatos típicos desta comunidade.


Engenho Comunitário da ACORDI e a salvaguarda de saberes e fazeres

Esta ação teve início em 2006, com os mutirões de construção da instalação, que começou a funcionar em 2010. Várias famílias processam mandioca neste unidade, transformando-a em farinha de mandioca polvilhada,  a conhecida farinha fina do litoral de Santa Catarina. 
A unidade, que ainda não está finalizada, segue critérios estabelecidos pela legislação ambiental e sanitária, sem perder o legado do saber fazer da farinha e outros derivados, como o beiju.
Neste sentido,  a transmissão de saberes relacionados a produção de farinha e quitutes ganha força com o projeto Mestres e Mestras de Engenho: Transmissão de Saberes e Fazeres no Território Tradicional dos Areais da Ribanceira, que foi coordenado por Marlene Borges e apoiado pelo edital/2021 Elisabete Anderle da Fundação Catarinense de Cultura.

Comida de Engenho

Através desta ação as mulheres da ACORDI produzem pratos típicos da gastronomia de engenho, que compõem o café e/ou o  almoço na roça, servidos sob encomenda para grupos de visitantes.   Além disso,  os produtos (bijajica, bolos,  pães, cuscuz, geléias, broas, beijus, etc) que compõem o café na roça também podem ser adquiridos separamenente.

Horta Comunitária da ACORDI

Esta ação foi iniciada em 2014, com o apoio da Cáritas Brasileira, através do Projeto FORTES, que fomentou a compra de equipamentos e materiais para montagem de uma horta comunitária.  Várias famílias produzem hortaliças orgânicas para subsistência e comercialização do excedente.


Defesa de direitos Humanos, ambientais e culturais

O Território Tradicional de Agricultores  e Pescadores dos Areais da Ribanceira,    vem sendo ameaçado pela implantação de empreendimentos vinculados à indústria portuária e imobiliária, como também pelos impactos causados pelas mudanças climáticas e ausência de políticas públicas. 
A ACORDI tem combatido  estes processos  pela organização e defesa da comunidade, montagem de denúncias e combate a discriminação institucional.
Neste sentido, cita-se  o caso 14.001 dos Areais da Ribanceira que tramita junto a CIDH. Os processos de regularização e reconhecimento que tramitam junto ao INCRA. Como também no ICmbio de criação de Unidade de Conservação - RDS dos Areais da Ribanceira. E, as inúmeras denúncias que tramitam junto ao MPF, MPE, DPU e PMI.

Neste contexto, é importante ressaltar o projeto apoiado pelo FBDH (edital/2013), pelo qual a entidade conseguiu combater à discriminação institucional e obter avanços junto aos órgãos citados acima.

Processamento do Butiá e fortalecimento da cadeia produtiva

Esta ação ganhou força com a aquisição de uma despolpadeira, financiada pela Cáritas Brasileira.  Como também,  com  a participação na construção do protocoloco de colheita e processamento do butiá efetuado no âmbito da Fortaleza do Butiá do Litoral de SC - Movimento Slow food.  Além disso,  as discussões efetuadas durante os eventos da Rota dos Butiazais foram importantes para trocas de saberes e sabores.
Atualmente, várias famílias estão produzindo polpa, suco, bolos e geléias, impulsionados pela aquisição de uma nova despolpadeira, cedida pela UNISUL.